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"Em tempos de paz, os filhos sepultam os pais; em tempo de guerra, os pais sepultam os filhos." - Herodes

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domingo, 11 de julho de 2010

Edição especial (PEDIDO) Paraguai invade o Rio Grande do Sul

O Paraguai invade o Rio Grande do Sul


Simultaneamente ao ataque naval da Batalha do Riachuelo, uma força de 10.000 paraguaios atravessou a província argentina das Missões. Alcançando o Rio Uruguai, a força se dividiu em 2 (duas) colunas e rumaram para o sul, marchando em ambas as margens do rio. O Tenente-coronel Antonio de la Cruz Estigarribia, o comandante geral, liderou cerca de 7.500 homens na margem leste, e o Major Pedro Duarte comandou 5.500 homens na margem oeste.

Os paraguaios encontraram pouca resistência dos argentinos na margem oeste ou dos brasileiros na margem leste. López acreditava que se conseguisse controlar o Rio Grande do Sul e invadir o Uruguai, os escravos brasileiros iriam sublevar-se e os recém expulsos blancos uruguaios voltariam a pegar em armas. Além disso, emissários paraguaios incitaram a sedição entre as tropas irregulares formadas por Urquíza em Entre Ríos.

 Urquíza, que havia recebido o comando da vanguarda aliada, voluntariou-se para retornar à província e restaurar a ordem. Em vez disso, ele retornou ao seu rancho, aumentou sua fortuna vendendo cavalos aos aliados, e as tropas irregulares desertaram para suas fazendas e ranchos.
O Coronel Estigarribia atravessou o Rio Uruguai e ocupou sucessivamente, de junho a agosto, as povoações de São Borja, Itaqui e Uruguaiana.

Os contatos com o Major Duarte foram interrompidos pelo assédio de duas embarcações armadas brasileiras, comandadas pelo Tenente Floriano Peixoto, e pelo pântano que os separavam.

O presidente uruguaio Flores decidiu atacar a menor das forças paraguaias. Em 17 de agosto, na batalha de Jataí, na margem direita do rio Uruguai, a coluna sob as ordens do major Pedro Duarte, a qual pretendia chegar ao Uruguai, foi detida por Flores.

Rendição de Uruguaiana e o recuo das tropas paraguaias


Rendição de Uruguaiana (1865), por Victor Meirelles.
 
 

Em 16 de julho, o Exército Brasileiro chegou à fronteira do Rio Grande do Sul e logo depois cercou Uruguaiana. A tropa recebeu reforços e enviou pelo menos três intimações de rendição a Estigarribia.

Em 11 de setembro Dom Pedro II chegou ao local do cerco, onde já estavam os presidentes argentino Bartolomé Mitre e uruguaio Venancio Flores, além de diversos líderes militares, como o Almirante Tamandaré. As forças aliadas do cerco contavam então com 17346 combatentes, sendo 12393 brasileiros, 3802 argentinos e 1220 uruguaios, além de 54 canhões. A rendição veio em 16 de setembro quando Estigarribia entrou em acordo em relação as condições exigidas.

Encerrava-se com esse episódio a primeira fase da guerra, em que Solano López lançara sua grande ofensiva nas operações de invasão da Argentina e do Brasil. No início de outubro, as tropas paraguaias de ocupação em Corrientes receberam de López ordem para retornar a suas bases em Humaitá.

Nessa altura, as tropas aliadas estavam-se reunindo sob o comando de Mitre no acampamento de Concórdia, na província argentina de Entre Ríos, com o marechal-de-campo Manuel Luís Osório à frente das tropas brasileiras. Parte destas deslocou-se para Uruguaiana, onde foi reforçar o cerco a esta cidade pelo exército brasileiro no Rio Grande do Sul, comandado pelo tenente-general Manuel Marques de Sousa, barão e depois Conde de Porto Alegre. Os paraguaios renderam-se no dia 18 de Setembro de 1865.

Nos meses seguintes, as tropas aliadas, com Mitre como comandante-em-chefe, libertavam os últimos redutos paraguaios em território argentino, as cidades de Corrientes e São Cosme, na confluência dos rios Paraná e Paraguai, no final de 1865. No fim do ano de 1865, a ofensiva era da Tríplice Aliança. Seus exércitos já contavam mais de 50 mil homens e se preparavam para invadir o Paraguai.


Fonte Wikipédia e Textos do blogueiro :)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Hauptman Koch e o assalto a Eben-Emael


Ás 5:25 do dia 10 de maio de 1940 tropas aerotransportadas alemãs invadiam o interior da Fortaleza de Eben Emael, na Bélgica, desfechando um golpe extraordinário que culminaria, com seu sucesso, na promoção de vários soldados que dela participaram e na citação de muitos para o recebimento da Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro por Hitler, como forma de consideração ao ataque bem sucedido a este ponto fortificado. O ataque entraria ainda para a história como uma operação arrojada que, mais uma vez, deixava os exércitos aliados boquiabertos em relação às ações das Forças Armadas alemãs durante os períodos iniciais da II Guerra Mundial.

A invasão da Bélgica havia sido precedida por meses de preparação. Desde a tomada da Polônia a Blitzkrieg de Hitler havia parado e seus planos voltavam-se para o Ocidente, sobretudo a França. O período que se seguiu de novembro de 1939 a maio de 1940 ficou conhecido como a “Guerra de Mentira” pois existia o estado de guerra entre a Alemanha e os países aliados, mas não existia ação. As tropas francesas estavam nas fronteiras desde o inicio da ofensiva alemã contra a Polônia em mobilização constante a espera do grande ataque. Mas ele nunca vinha e assim o inverno se passou.

Um dos grandes motivos para o atraso no ataque se deu por culpa de dois altos oficiais da Luftwaffe. Em 10 de janeiro os majores Hönmanns e Reiberger decolaram de Münster em direção á Colônia a bordo de um Messerschimitt 108 com os planos de invasão da França do grupo de Exércitos B. Devido ao mau tempo, Hönmanns perdeu o senso de direção e decidiu aterrar algumas horas após a decolagem. Quando caíram, um camponês veio encontrá-los falando francês. Os dois oficiais haviam aterrado na Bélgica e imediatamente foram presos por um grupo de soldados da fronteira. Os planos caíram nas mãos dos aliados e em 24 horas estavam já traduzidos do alemão para o francês. O resultado foi a exoneração de muitos comandantes das unidades as quais os oficiais faziam parte. Hitler ficou extremamente consternado com o ocorrido e lançou sua raiva em direção a Luftwaffe de Herman Göring.

Os planos foram refeitos. E não tardariam a ser postos em prática. Seu grande trunfo seria a utilização, pela primeira vez na ofensiva alemã, das forças aerotransportadas na Luftwaffe. Os pára-quedistas estavam sob o comando do general Kurt Student e faziam parte do Fliegerdivision 7. Student havia sido pioneiro no conceito de tropas aerotransportadas e conseguiu, desde 1936, vencer o preconceito de seus superiores em relação a utilização e importância que estas tropas poderiam ter em combate. Student também conseguiu resolver o problema da falta de equipamento pesado utilizando planadores para transportar material de artilharia. No inicio da guerra, em 1939, existia uma tropa de elite de pára-quedistas alemães (Fallschirmjäger), sob controle da Luftwaffe, que fez fama durante os primeiros anos da guerra e a manteria com honra e dignidade até seu final, em 1945.


Eben Emael era uma fortaleza construída entre 1932 e 1935, inspirada no conceito tático francês, o mesmo que inspirou a construção da ineficiente Linha Maginot. Ela ficava localizada em um ponto alto do canal Alberto, na Bélgica e sua função era defender as travessias do canal incluindo quatro pontes: a ponte de Canne, de Lanaye, as pontes de Vroenhaven e Veltwezelt, além das estradas que iam em direção a Maastrich. Para essa missão, as paredes da fortaleza eram de concreto armado bastante espesso e seus muros circundavam ma área de quase 1km de extensão. De suas seis fachadas, a maior possuía uma parede com 40m de altura e a menor com 4,5m de altura. Havia trincheiras e dispositivos de inundação na fachada norte-oeste. Além disso, ela guardava no alto várias posições de canhões que cobriam todas as direções. Eram 8 peças de 75mm e 2 peças d 120mm protegidas por uma cúpula de aço para o caso de bombardeios.

Do lado de fora, existiam algumas posições de metralhadoras, canhões leves e refletores. Sua guarnição era composta por 1.200 infantes e artilheiros. Pela lógica, imaginava-se que um assalto frontal a fortaleza culminaria em seu sítio, dada a dificuldade de atravessar suas defesas. Para isso era dotada de munição e suprimentos para dois meses, além de produzir sua própria energia elétrica. Enfim, Eben-Emael era uma fortaleza inexpugnável, levando-se em conta as tradicionais táticas militares.

Hitler e Student haviam planejado o assalto à fortaleza. Devido as suas características só seria possível efetuar um ataque de fora para dentro, isto é, diretamente no coração da fortaleza. A idéia mais arrojada veio a seguir: os planadores haveriam de aterrar dentro da fortaleza a fim de neutralizar os canhões que tinham todo o perímetro exterior a seu alcance. As demais unidades deveriam impedir que as pontes fossem destruídas, ocupando-as.

Neste plano arrojado, alguns homens teriam missões importantíssimas. O hauptman Walter Koch era líder da companhia responsável pela tomada do forte e das pontes. Ele dividiu sabiamente seu grupo em quatro segmentos que deveriam, cada um, tomar uma ponte respectiva. Os grupos foram assim divididos: de codinome Eisen, sob comando do segundo tenente Schachter deveria se apoderar da pone Canne; de codinome Stahl sob o comando do tenente Aitman deveria tomar a ponte de Veltwezelt; de codinome Konkret sob comando do segundo-tenente Schacht, ocuparia a ponte de concreto em Vroenhaven; e o último grupo, de codinome Granit deveria assaltar a fortaleza. Era comandada pelo tenente Rudolf Witzig, um engenheiro de 25 anos. Sua missão: neutralizar os canhões para garantir a posse das pontes pelos grupos no exterior da fortaleza.




O ataque se inicia por volta das 5:25 da manhã do dia 10 de maio quando os planadores aterram. Os belgas defensores da fortaleza foram pegos de surpresa. Os tiros incessantes e a confusão reinante ajudaram a deixar o ambiente mais caótico dentro e fora da fortaleza. Apesar de estar de plantão desde as três horas da manha devido a movimentação na fronteira alemã, as forças defensoras foram totalmente pegas de surpresa. Além disso, a fortaleza não estava com sua capacidade defensiva total. Havia, dos 1.200 homens, pouco mais da metade de serviço. Durante os primeiros minutos de aterragem os planadores foram confundidos com aviões franceses ou apenas aviões de reconhecimento. Em pouco tempo esta confusão se mostrou fatal ao futuro da fortaleza.


Durante incessantes 20 minutos o grupo Granit lutou e conseguiu dar cabo de todos os canhões dispostos sobre aa fortaleza. O comandante do grupo, Tenente Witzig não estava participando do assalto: seu planador soltou-se do avião de transporte Ju-52 antes de chegar ao alvo. O comando passou então ao sargento Heimut Weizel que assumiu o comando de forma magnífica.

Enquanto a batalha se desenvolvia do lado de dentro da fortaleza, as pontes iam sendo tomadas. Apenas a ponte Canne foi destruída pelos seus defensores. As demais pontes foram conquistadas intactas. Por volta das 8:30 da manhã um planador solitário assomou o horizonte: era o tenente Witzig que conseguiu se reunir a seus homens. Durante a tarde bombardeiros de mergulho Stuka bombardearam todo o setor para apoiar o ataque das forças pára-quedistas. Ao final do dias as principais defesas da fortaleza de Eben Emael estavam reduzidos a escombros.

A noite chegou e esperava-se um contra ataque belga. Mas nada ocorreu. Pela manha do dia seguinte, 11 de maio, um grupo de combatentes alemães do 51º Batalhão de engenharia estabeleceu contato com Witzig, chegando ao forte após a travessia do canal que tinha cerca de 60m. Algum tempo depois mais soldados alemães chegaram para substituir as tropas Fallschirmjäger. Ao final da manhã o major belga Jottrand, comandante da fortaleza, se rendeu.

A operação foi um sucesso. Da força atacante apenas 6 soldados alemães morreram e outros 15 se feriram. Do lado belga, pelo menos 23 soldados foram mortos cerca de 600 foram feitos prisioneiros.

Pelo comando da operação, o capitão Walter Koch recebeu a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro. É ele o personagem que ilustra este artigo. A imagem acima é, na verdade, um postal desenhado por Wolfgang Willrich. Willrich era um dos 200 artistas contratados pelas forças armadas alemãs para trabalhar no setor de propaganda. Ele desenvolveu uma série de cartões postais com vários motivos, incluindo os heróis do ataque a Eben Emael. No mesmo dia pelas ações o tenente Egon Delica, também do grupo do tenente Rudolf Witzig que atacou a fortaleza internamente recebeu a Cruz de Cavaleiro. E por último, o próprio Witzg foi condecorado pelo retorno de comando e obstinação na tomada da fortaleza.
 


Texto de referencia: Blog Memórias do Front.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Mudança

Mudança no visual do blog. Esperamos que gostem.   :)

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sábado, 19 de junho de 2010

Aviões franceses sobre Freiburg. Bombardeio na Primeira Guerra Mundial.



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Imagem publicada na Ilustração Portuguesa.

Enquanto os alemães previlegiavam os enormes "Zeppelin" como arma de bombardeio durante os primeiros anos da Grande Guerra, franceses e ingleses recorriam a aviões, dos quais eram lançadas manualmente pequenas bombas.

O bombardeio sistemático de alvos civis por via aérea foi das inovações da 1ª Guerra Mundial, lançando algum terror na retaguarda das linhas inimigas, mas também provocando uma revolta que em muito ultrapassava os resultados práticos.

Mesmo o número de vítimas causadas foi sempre relativamente baixo e incompatível com o esforço e meios utilizados, sendo o resultado mais visível sobre o inimigo o conjunto de recursos em termos de defesa anti-aérea e de intercepção que ficavam envolvidos só nessa tarefa.

No caso dos aviões, era normal que a carga de bombas fosse de apenas algumas dezenas de quilos, lançadas manualmente como forma de aterrorizar populações ou de retaliar contra ações do inimigo, evitando-se nesta altura o ataque contra alvos protegidos, dada a extrema vulnerabilidade das aeronaves da época.

Com o advento de aviões mais potentes e melhor protegidos, surgiram versões específicas destinadas a atacar o inimigo no solo com alguma eficácia, passando a haver esquadrilhas destinadas a este tipo de missões cuja importância já era relevante nos últimos meses da Grande Guerra.